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O papel da nutrição em pets com câncer: como a comida pode ser um verdadeiro remédio
Receber o diagnóstico de câncer em um cão ou gato nunca é fácil. Além da preocupação com o tratamento, é comum que os tutores se perguntem: “Será que ele vai continuar se alimentando bem? O que eu posso fazer para ajudar?” A resposta é clara: a nutrição tem um papel fundamental na vida do paciente oncológico e pode fazer muita diferença no dia a dia.
O câncer e seus tratamentos (como quimioterapia ou cirurgias) costumam trazer mudanças no apetite e no metabolismo dos pets. Alguns animais perdem o interesse pela comida, ficam enjoados, ou emagrecem rapidamente — mesmo comendo. Isso acontece porque o corpo do paciente oncológico funciona de maneira diferente: há mais inflamação, gasto de energia e, muitas vezes, perda de massa muscular. Esse quadro, chamado caquexia, é bastante comum e impacta diretamente a qualidade de vida.
E é aí que entra a nutrição. Oferecer uma alimentação adequada ajuda a manter a energia, preservar músculos, controlar a perda de peso e até melhorar a resposta ao tratamento. Estudos publicados no PubMed mostram que dietas formuladas para pets com câncer — geralmente com mais proteína de qualidade, calorias ajustadas e presença de gorduras boas, como o ômega 3 — conseguem reduzir os efeitos da doença e do tratamento.
Outro ponto importante é que uma dieta bem planejada pode aliviar desconfortos comuns, como náuseas, inflamação intestinal e falta de apetite. Alguns alimentos e nutrientes são escolhidos justamente por serem de alta digestibilidade, ou seja, fáceis de aproveitar pelo organismo. Isso faz diferença para que o pet tenha prazer em se alimentar e consiga absorver tudo o que precisa.
Vale lembrar que nutrição não é só sobre comer: é sobre bem-estar. Muitos tutores relatam que, quando o pet volta a comer com gosto, a disposição melhora, ele demonstra mais interesse pelas atividades e até aceita melhor os tratamentos. Afinal, estar bem nutrido é estar mais forte para enfrentar cada fase da luta contra o câncer.
Por outro lado, não existe uma “receita única” para todos. Cada animal é diferente: o tipo de tumor, o estágio da doença, os efeitos colaterais do tratamento, a idade e até as preferências alimentares influenciam na dieta ideal. Por isso, é essencial que o plano nutricional seja elaborado junto com o médico-veterinário — e, se possível, com acompanhamento de um especialista em nutrição.
Em casa, os tutores podem ajudar bastante: oferecer refeições em porções menores várias vezes ao dia, buscar alimentos mais palatáveis, testar diferentes texturas (ração seca, úmida ou combinada), além de observar sinais de perda de peso ou rejeição alimentar. Pequenas mudanças fazem diferença no bem-estar do pet.
Em resumo: a nutrição é uma aliada poderosa no tratamento oncológico. Ela não substitui a quimioterapia, cirurgia ou outros cuidados, mas caminha lado a lado com eles. Com uma dieta planejada e adaptada, nossos amigos peludos podem ter mais conforto, energia e até melhores resultados durante o tratamento.